De acordo com a pesquisa “Expect the Unexpected: Building Businesses in a Changing World”, os governos sozinhos não serão capazes de dar conta das mudanças que o planeta enfrentará e o papel das companhias será fundamental neste processo.
A primeira megaforça indicada pelo levantamento são as mudanças climáticas. Segundo estimativas da KPMG, este fenômeno gera perda de 1% ao ano para os negócios das empresas e a previsão é que, se não forem tomadas as medidas adequadas, esse valor possa chegar a 5%.
A questão energética e dos combustíveis aparece em segundo lugar, devido ao aumento da demanda global, sobretudo nos países em desenvolvimento. Estes fatores podem gerar mudanças no padrão mundial de consumo e provocar o encarecimento dos combustíveis, além de intensificar medidas regulatórias.
Em seguida aparece a escassez dos recursos materiais, resultado também da industrialização veloz dos países em desenvolvimento. Os líderes empresariais devem enfrentar restrições comerciais e aumento da competição global pelos recursos. Por outro lado, esse fator pode estimular a pesquisa e a produção de materiais alternativos.
A redução da oferta de água é outro elemento presente no relatório. De acordo com a pesquisa, até 2030, a demanda pelo recurso excederá em 40% as provisões presentes. A falta de água pode tornar as empresas mais frágeis, devido à volatilidade do preço, aos riscos relacionados à reputação e à queda da qualidade da água.
O crescimento populacional deve ser mais uma preocupação na agenda das companhias. Em 2032, a expectativa é que a população mundial alcance o total de 8,4 bilhões de habitantes, intensificando a disputa por recursos. O aumento do número de pessoas no planeta pode afetar a agricultura, mas também é uma oportunidade para expandir o comércio, gerar empregos e estimular a inovação.
O estudo aponta ainda uma alta de 172% no número de indivíduos pertencentes à classe média, entre 2010 e 2030. O desafio para as companhias é atender a este mercado em um período de redução das fontes e reservas de recursos disponíveis. A urbanização também está entre as megaforças que afetarão os negócios das empresas nos próximos anos. É preciso ater para as melhorias das cidades, que exigirão mais infra-estrutura, sobretudo em relação à construção civil, saúde, conectividade à internet e telefonia.
A segurança alimentar é um dos desafios intimamente ligados ao sistema global de alimentos. Os preços mundiais deverão sofrer uma flutuação entre 70% e 90% até 2030, segundo previsão da KPMG, influenciado pela escassez de água. É preciso intervir para evitar a expansão da subnutrição da população mundial, que de 1990 a 2009, aumentou de 842 milhões para 1 bilhão.
Já o declínio do ecossistema global é um dos problemas que mais afeta a reputação das corporações. A deterioração do meio ambiente influenciará no aumento dos preços dos alimentos, medicamentos, além de afetar o setor do turismo.
Ao lado deste fator, está o desmatamento, que poderá colaborar para o encarecimento dos produtos derivados das florestas. Segundo a expectativa da KPMG, as áreas florestais diminuirão 13% até 2030, principalmente no sul da Ásia e da África, caso não seja tomada nenhuma medida preventiva.
O problema, entretanto, pode incentivar oportunidades de negócios como o desenvolvimento de mecanismo de mercado para reduzir o desmatamento.
Fonte: Portal Exame