A Camex elevou, a pedido da Braskem, os direitos antidumping aplicados sobre as importações brasileiras de polipropileno dos Estados Unidos. A elevação foi solicitada pela própria Braskem, em recurso administrativo contra a decisão de aplicar direitos antidumping no valor de US$ 82,77 por tonelada. A partir de 18 de março, o direito foi alterado para 10,6% sobre o preço CIF das importações.
O polipropileno é matéria-prima utilizada na produção de diversos produtos, como seringas, luvas hospitalares, embalagens plásticas e peças de automóveis. A Abiplast, lembrando que os preços de polipropileno no Brasil já são os mais altos do mundo, calcula que o percentual do adicional tarifário aplicado, a valores atuais de mercado internacional, encarecerá as importações de polipropileno em aproximadamente R$ 200 por tonelada.
“A Abiplast informa que desconhecia o recurso da Braskem perante a Camex e que está estudando alternativas em relação à medida”, afirma o presidente da entidade, José Ricardo Roriz Coelho.
A elevação do direito antidumping, que poderá encarecer os preços de diversos produtos derivados de polipropileno, ocorreu menos de um mês após o Cade aprovar a aquisição da Quattor pela Braskem. Com a aprovação, a Braskem passou a ser a única empresa produtora de polipropileno no Brasil. Por ocasião da aprovação da operação, diversos conselheiros do Cade manifestaram profunda preocupação com relação às dificuldades de importar resinas de polipropileno por empresas brasileiras e ao nível de proteção às resinas termoplásticas produzidas pela Braskem.
Fonte: Monitor Mercantil