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A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) informou ter solicitado ao conselheiro relator do Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (CADE), Vinícius de Carvalho, sua inclusão como terceira interessada no processo de análise da aquisição da Quattor pela Braskem. A entidade representa mais de 11.400 empresas, em grande parte de médio e pequeno portes, que geram cerca de 340 mil empregos diretos e têm faturamento de R$ 35 bilhões, todas dependentes das resinas fornecidas pela Braskem.
Segundo José Ricardo Roriz, presidente da Abiplast, “a manifestação da entidade poderá contribuir para que o CADE encontre uma solução que mantenha as eficiências da pretendida fusão — que cria um monopólio na produção nacional de polipropilenos, polietilenos e PVC, dentre outros produtos —, mas evite a emergência de efeitos anticompetitivos no mercado nacional”.
Para Ricardo Inglez de Souza, advogado contratado pela Abiplast, “o ponto central a ser levado ao CADE é a contradição entre a consolidação do setor e a manutenção de medidas que restringem o acesso a produtos importados”. Jorge Fagundes, da F&AConsultoria Econômica, menciona que “é importante que eventuais barreiras ao comércio exterior sejam removidas para que a rivalidade entre a monopolista da produção brasileira e os demais players que atuam no mercado global seja mais efetiva e se reflita em preços menores para o consumidor no Brasil”. As alíquotas de importação de polietilenos e polipropilenos no Brasil, de 14%, somente perdem para aquelas praticadas nas Filipinas.
Os preços das resinas da Braskem estão entre os mais altos do mundo e este fato gera um efeito cascata para todos os produtos que se utilizam dela, como tubos e conexões utilizados no programa Minha Casa Minha Vida, nas embalagens dos produtos da cesta básica, na grande maioria das mercadorias adquiridas pelos beneficiários do Bolsa Família e em diversos setores da economia nacional, como o automobilístico.
Fonte: Agência IN