A dificuldade natural para investir em tempos de crise em mercados maduros, como a Europa, e a resistência do consumidor a mudar de hábitos são apenas alguns dos obstáculos para alcançar a sustentabilidade. A boa notícia para o planeta, no entanto, é que não existe outro jeito. Executivos que passaram os últimos dias em torno do tema na Rio+20 admitem que não há mais o que discutir, senão agir, porque chegamos ao limite do insustentável também na produção e consumo de bens e serviços.
“A questão não é mais perguntar por que temos que fazer isso, mas sim o que acontecerá se não fizermos”, afirma Paul Polman, principal executivo da Unilever e uma referência respeitada entre os representantes da comunidade empresarial engajados na causa ambiental. A resposta é a forma como ele reage à clássica pergunta que muitos fazem sobre o efetivo interesse dos investidores de aplicar o dinheiro numa atividade que preza sustentabilidade, principalmente em épocas de crise como a que vive hoje a Europa.
Executivos engajados na causa ambiental afirmam que, no longo prazo, investir na produção sustentável pode trazer economias futuras para as empresas. E até aumentar o volume de vendas. “Se reduzimos o tamanho da embalagem do amaciante já economizamos, e se conseguirmos fabricar um sabão em pó que usa menos água podemos atrair mais consumidores, aqueles com mais dificuldade para ter acesso à água”, diz Peter White, vice-presidente de sustentabilidade da Procter & Gamble, concorrente da Unilever.
Polman também acredita que é possível realizar ações conjuntas mesmo entre empresas competidoras. “O uso racional de caminhões, em conjunto com a cadeia de fornecedores, pode ser uma ideia, lembrando que muitas vezes se descarregam produtos de uma empresa e o caminhão volta vazio.”
Fonte: Valor online