SÃO PAULO – No período da temporada de resultados, os investidores aguardam ansiosos pelos números das empresas, em especial para o lucro/prejuízo reportado, já que trata-se de uma “síntese” de todo o rendimento da companhia no período. Por isso, de todas as linhas da DRE (Demonstração do Resultado do Exercício), essa última geralmente que ganha os holofotes e muitas vezes serve de parâmetro para julgar se a empresa teve um trimestre (ou ano) bom ou ruim. Contudo, nem só de lucro/prejuízo vive uma empresa.

Na noite da última quinta-feira (10), a B2W reportou seus números do primeiro trimestre de 2018 e surpreendeu ao registrar um prejuízo de R$ 115,1 milhões, enquanto o consenso do mercado apontava para um resultado negativo de R$ 92,2 milhões. Assim, no primeiro olhar, nada mais justo do que esperar por uma abertura em queda para as ações da varejista online neste pregão, algo bem diferente da realidade, já que os papéis disparam 10% e se aproximam do topo histórico em R$ 32,25. Mas o que o mercado viu de tão bom em um resultado abaixo do esperado?

De acordo com os analistas do Credit Suisse, as novas práticas contábeis implementadas pela empresa levou a uma redução significativa no Ebitda (Iucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que não por um acaso ficou 5% abaixo do esperado. Portanto, um efeito não-recorrente e meramente contábil prejudicou o operacional da empresa no trimestre.

Porém, o mais importante e que justifica boa parte de toda a euforia foi a capacidade da varejista entregar pelo segundo trimestre consecutivo uma menor queima de caixa, que sempre foi o “calcanhar de aquiles” do seu resultado. No primeiro trimestre, a B2W reduziu o consumo de caixa em R$ 668 milhões, que totalizou R$ 477,5 milhões, uma queda de 58% em relação ao mesmo período do ano passado e valor 4,5% menor do que o esperado pelo mercado.

Outro destaque positivo ficou por conta do VBV (Valor Bruto de Vendas), que cresceu 24% frente ao primeiro trimestre do ano passado, enquanto o Credit Suisse esperava avanço de 18%, com destaque para expressiva evolução do segmento marketplace (em que a companhia oferta para outras empresas de menor visibilidade a chance de expor seus produtos), uma das grandes apostas de receita das empresas de varejo online. No 1º trimestre do ano, houve um crescimento de 86,5%, colocando a empresa na briga por um mercado dominado pela concorrente Magazine Luiza “ao construir um ecossistema mais completo, a B2W está criando os pilares (e uma vantagem competitiva) para suportar o crescimento acima da média de sua plataforma nos próximos anos, com rentabilidade mais saudável e dinâmica de Fluxo de Caixa”, destacam os analistas do BTG Pactual.

Com o mercado de varejo online crescendo exponencialmente no Brasil, está bem posicionado para “surfar essa onda” é primordial e pelos últimos resultados, B2W está no caminho certo para capturar o crescimento deste mercado, apontam os analistas do Credit Suisse. Na verdade, além dos vários projetos em andamento, a empresa está cada vez mais próxima de sua controladora, Lojas Americanas , para alavancar sua estrutura e aumentar sua capilaridade.

Portanto, seguindo com sua disciplina de caixa e cada vez mais focada em melhorar seu operacional, que será o grande tema da empresa este ano, a empresa tem tudo para surpreender este ano, tanto na parte financeira como do lado de ganho de market share no varejo online.

Fonte: Infomoney

 

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